Durante décadas, os escritórios e as lojas foram espaços funcionais, pensados para produzir ou vender. Hoje, essa lógica está a mudar profundamente. As novas formas de viver, trabalhar e consumir pedem espaços com mais flexibilidade, mais humanos, integrados, que criem valor não só económico, mas também social e urbano.
Cada vez mais, escritórios e comércio deixam de estar isolados para coexistirem no mesmo empreendimento, favorecendo a flexibilidade, a conveniência, o bem-estar dos utilizadores e a dinâmica da comunidade envolvente. Esta convivência contribui, de igual modo, para ativar o território e, muitas vezes, dar origem a novas centralidades urbanas, mais completas e sustentáveis.

Escritórios: do “open space” à experiência partilhada
O trabalho deixou de ser um lugar e passou a ser uma experiência. Com o crescimento do modelo híbrido, com a valorização do bem-estar e com a necessidade de reforçar os laços entre pessoas e equipas, os escritórios estão a transformar-se em verdadeiras plataformas de comunidade.
Hoje, os espaços de trabalho mais relevantes são aqueles que acolhem diferentes modos de estar e de produzir, promovendo o equilíbrio entre foco, colaboração e bem-estar. São espaços vivos, pensados para acolher a diversidade de ritmos, funções e perfis. Os escritórios de hoje são espaços vivos, desenhados para acolher a diversidade de ritmos, funções e formas de estar, e afirmam-se como contextos de relação, criação conjunta, inspiração e pertença.
O que os caracteriza:
- Áreas formais e informais que se complementam, adaptáveis ao momento do dia ou ao tipo de tarefa;
- Zonas de descanso, convívio e lazer, que humanizam o dia de trabalho e estimulam a criatividade;
- Design biofílico, conforto térmico e acústico, luz natural abundante e materiais agradáveis ao toque e à vista;
- Tecnologia, com conetividade, segurança e ferramentas de colaboração integradas.

Flexibilidade como palavra-chave
Num mundo onde o trabalho é híbrido, os projetos são líquidos e as equipas se organizam de formas cada vez mais diversas, a flexibilidade já não é um “extra”, mas sim um valor estrutural, e os espaços precisam de acompanhar essa fluidez. Os escritórios deixaram de ser estruturas fixas para se tornarem plataformas vivas, capazes de se transformar em tempo real. Hoje, um espaço de trabalho inteligente é aquele que antecipa a mudança, em vez de simplesmente reagir a ela.
Essa flexibilidade manifesta-se de várias formas:
- Salas com uso mutável, que funcionam como espaço de reunião de manhã, estúdio criativo à tarde ou espaço de evento ao final do dia;
- Mobiliário modular e tecnológico, que permite adaptar o layout, sem obras, ruído ou fricção;
- Áreas de cowork e zonas comuns que não pertencem a ninguém, mas servem todos e promovem a mistura, casualidade e inovação espontânea;
- Ocupação flexível, pensada para empresas que querem crescer ou alterar o seu modelo de trabalho, sem ficarem presas a formas rígidos;
- Integração com apps e plataformas digitais que permitem reservar salas, gerir ocupações, adaptar recursos e até criar comunidades internas.

Espaços comerciais: do ponto de venda ao ponto de encontro
Num mundo onde o tempo é escasso e a conveniência é essencial, os espaços comerciais tornam-se também pontos de convívio e assumem-se como extensões do quotidiano que combinam utilidade, experiência e proximidade. O consumidor atual valoriza ambientes que vão além da transação: quer sentir-se bem, ser surpreendido, fazer parte de algo.
Essa mudança traduz-se numa nova geração de espaços comerciais:
- Mais pequenos, versáteis, prontos a adaptar-se rapidamente a diferentes marcas ou formatos;
- Flexibilidade na combinação de serviços, como restauração, bem-estar, conveniência e até cultura, criando polos de vida urbana mais completos;
- Integrados com o exterior, com zonas pedonais, esplanadas e praças que incentivam o uso contínuo e aberto do espaço público;
- Capacidade de ativação, através de eventos, mercados, experiências pop-up ou colaborações entre marcas e comunidade local;
- Third places, isto é, funcionam como espaços intermédios entre casa e trabalho, onde as pessoas se sentem bem, ficam mais tempo e voltam com frequência.

Curadoria comercial e modelo híbrido: criar valor para marcas e comunidades
A lógica tradicional de encher metros quadrados com qualquer loja disponível está a ser substituída por uma abordagem mais estratégica e seletiva: uma curadoria comercial que privilegia marcas alinhadas com o propósito do espaço, com as pessoas que o ocupam e com a comunidade envolvente.
Esta curadoria vai além do perfil das marcas e pondera o tipo de relação que se quer gerar: conveniência, bem-estar, identidade local, sustentabilidade, inovação. E, cada vez mais, essa relação acontece em dois planos: o físico e o digital. O comércio mais relevante hoje é híbrido. Vive no espaço físico, mas é amplificado pela tecnologia e pela integração com plataformas digitais.
- Ponto de recolha para compras feitas à distância (click & collect);
- Hub de última milha, encurtando a distância entre a marca e consumidor;
- Canal de relação, onde a marca conhece o cliente, testa novidades e reforça valores.
- Marcas sustentáveis e inovadoras precisam de pontos físicos flexíveis e não convencionais;
- Integração com apps dos edifícios, para serviços on demand, reservas ou alertas de campanhas.

Spark: um ecossistema urbano
Spark é um ecossistema ativo na regeneração de Matosinhos: um lugar onde o trabalho, o comércio e a vida social se cruzam de forma orgânica, com impacto positivo na cidade e no quotidiano das pessoas.
- Espaços de trabalho colaborativos, com flexibilidade para se adaptarem a diferentes perfis de empresas e formas de uso;
- Zonas de coworking e áreas comuns híbridas, onde trabalhar e conviver se misturam naturalmente;
- Comércio de proximidade curado com intenção, com lojas, serviços e restauração abertos à cidade;
- Áreas sociais e de lazer partilhadas, desenhadas para estimular o encontro, a criatividade e o bem-estar;
- Espaços exteriores ativáveis, como praças, varandas e rooftops preparados para eventos, pausas ou momentos de inspiração.
- Soluções modulares e escaláveis, pensadas para acompanhar o crescimento das empresas;
- Ligação com o espaço público e com a comunidade local, reforçando a cidade como extensão do edifício.
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