Se tecnologia, industrialização e sustentabilidade são as grandes mudanças a que teremos de assistir nos próximos anos, na construção, durabilidade, eficiência, adaptabilidade e redução de custos e resíduos são as principais premissas para o futuro da construção.
Até mesmo um olhar mais desatento consegue perceber que o setor da construção, na sua generalidade, tem um “gap” digital e tecnológico muito elevado, quando comparado com outras indústrias. De facto, a produção in loco, no estaleiro da obra, é um dos fatores que mais contribui não só para este atraso, mas também para a necessidade de mais mão de obra, mais custo, mais desperdício e, muitas vezes, mais tempo.
Assim, o desafio será a industrialização, robotização, modularização e a digitalização do setor num contexto de práticas mais sustentáveis.
Descubra, abaixo, as 3 grandes mudanças no setor.
No processo produtivo, a digitalização, pela via da incorporação de tecnologia, trará eficiência e produtividade e facilitará o planeamento e gestão das obras. Mais do que nunca, tendo em conta o panorama pós-pandemia, a construção terá de se munir da tecnologia para poder apresentar melhores soluções e resultados.
Assim, ao nível do desenvolvimento assistimos cada vez mais a uma gestão digital do projeto, orçamentos, gestão de documentos e pessoas, bem como ao nível do produto final, onde a tecnologia permitirá ao utilizador uma gestão mais eficiente dos espaços, dos consumos energéticos e facilitará a gestão e manutenção dos edifícios ao longo do seu ciclo de vida. Vejamos, por exemplo, a utilização do BIM neste contexto, uma das apostas do Grupo.
Um dos principais fatores de sucesso de um projeto na construção é o cumprimento dos prazos de entrega, que se procuram cada vez mais curtos e mais controlados. Para tal, tem-se procurado desenvolver um conjunto de técnicas e produtos modulares e pré-fabricados que permitem aumentar a produtividade e diminuir os custos, o desperdício e os prazos de entrega.
Os módulos ou as peças pré-fabricadas são feitas em espaços adequados, fora do estaleiro de obra, com recurso a tecnologias e equipamentos modernos e mão-de-obra qualificada. Como resultado, temos peças de alta precisão, que precisam apenas de ser montadas ou encaixadas no local certo da obra.
Esta é, também, uma forma de contornar dois problemas atuais: a falta de mão de obra, pois recorrendo à reprodução de peças, através de tecnologia como impressão 3D, consegue-se mais trabalhos feito, ainda antes de entrar no estaleiro de obra; construção menos poluente, pois é mais comum que se recorra a materiais reciclados ou amigos do ambiente, bem como a utilização de técnicas construtivas que permitam a desmontagem, a reutilização e a reciclagem, incentivando a economia circular.
É sabido que o setor da construção é uma das áreas que consome mais recursos e que tem mais impacto, quer na paisagem, quer no meio ambiente. A sustentabilidade é uma tendência global e transversal a todos os setores, pelo que merece ser considerada, sem dúvida, como um dos fatores de mudança no futuro da construção.
Se por um lado, podemos afirmar que a pressão para que o setor aposte em soluções mais responsáveis provêm dos consumidores/utilizadores dos edifícios, é também verdade que as próprias empresas, a par com as entidades públicas, têm apostado em produtos, técnicas e métodos mais amigos do ambiente.
De facto, atualmente falar do futuro da construção civil é abordar a construção sustentável, o uso de materiais reciclados ou que respeitem o ambiente na sua produção, a utilização de fontes de energia renovável como uma prioridade, bem como a procura pela obtenção das certificações energéticas. Sobre este último ponto, destaque para os certificados LEED, ou BREEAM, por exemplo, que são cada vez mais procurados, tendo em conta que, não só promovem uma construção mais sustentável, que resulta em benefícios económicos, ambientais e sociais, como também valorizam o próprio imóvel e a empresa responsável pela obra.
O setor da construção começa agora um caminho, de atualização e aproximação aos desafios atuais, sem precedentes. Assim, o seu futuro passa necessariamente por um processo de transição digital, tecnológica e ambiental em todo o seu ciclo. Um desafio que procura ao mesmo tempo aplicar em todos os projetos práticas sustentáveis, mais tecnológicas, modulares e, simultaneamente, garantir um equilíbrio financeiro em toda esta equação.
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