Considerado o próximo capítulo do mundo digital, encontramo-nos cada vez mais próximos de um futuro em que viveremos concomitantemente num mundo real e num virtual, sempre interligados. Neste novo mundo, que tem o potencial de mudar radicalmente as relações sociais, humanas e culturais, os utilizadores poderão interagir e realizar atividades, como trabalhar, jogar, reunir ou fazer compras online. Vale a pena descobrir, neste artigo, o que são as criptomoedas, NTF e Metaverso, como se distinguem e qual a sua relação. Está preparado?
As criptomoedas são um meio de negociação puramente digital, isto é, ao inverso das moedas emitidas por governos, as criptomoedas são uma moeda digital privada, e que não é administrada por bancos centrais.
Na verdade, a tecnologia que sustenta estes ativos digitais é o Blockchain, um sistema de registo virtual que pode ser comparado a um livro de registos inviolável, onde são apontadas todas as movimentações, dados e transações. É essa blockchain que possibilita manter o rasto a todas as moedas, validar as trocas numa rede de computadores e impedir que as mesmas sejam modificadas ou manipuladas após registadas.
Um NFT é um item infungível (non-fungible token), isto é, que não se gasta com a utilização. As NFT’s são ativos digitais colecionáveis e únicos, uma forma de mostrar propriedade sobre um determinado ativo, seja digital ou real, representado por um token.
NFT’s são arte digital que pode ser um ficheiro tanto JPG, como PNG, GIF, SVG, MP3 ou outros. Apesar do grande boom ter ocorrido no mundo da arte, sobretudo digital, os NFTs podem, assim, representar virtualmente desde trabalhos artísticos, álbuns de música, bilhetes para espetáculos, avatares, moedas digitais, terremos virtuais ou, até mesmo, roupa ou calçado de luxo. Além disso, os NFTs funcionam como um certificado de autenticidade, que não pode ser trocado, dividido ou partilhado, permitem saber sempre quem foi o primeiro criador e, por fim, garantem a propriedade desse “objeto” no mundo virtual ou físico.
Por curiosidade, o ativo mais caro do mundo, ao dia de hoje, é um “token” que titula a obra Everydays – The First 5000 Days de Beeple, que foi comprada num leilão da Christie’s por 69,3 milhões de dólares.
Antes de explicarmos melhor o conceito, vale a pena lembrar que mesmo não é de agora e surgiu em 1992, no mundo da literatura, mais concretamente da ficção científica, no livro Snow Crash, de Neal Stephenson. Neste livro, o metaverso é nos apresentado como um mundo virtual, 3D e habitado por avatares de pessoas, que interagem com diversos tipos de experiências.
O metaverso é, assim, um mundo virtual, concebido a partir de diversas tecnologias, como realidade aumentada e virtual, criptomoedas, redes sociais, entre outros, onde as pessoas podem interagir através de avatares. Comunicação, diversão e negócios existirão de forma imersiva, numa espécie de Internet 3D.
Por fim, ainda que as gigantes tecnológicas, e não só, já estejam a investir no desenvolvimento deste universo, imperam ainda duas grandes dificuldades: o fato de que ele ainda não existe na sua afeição completa, e conseguir que a tecnologia acompanhe estes planos, pois ainda existe muito por onde trabalhar. Tal como afirmou Bill Gates, “a maioria das pessoas ainda não possui essas ferramentas, o que retardará um pouco a sua adoção. Uma das coisas que possibilitou a rápida mudança para as videoconferências foi o fato de que muitos utilizadores já possuam computadores ou telemóveis com câmaras”.
No futuro, pretende-se que os utilizadores, possam reproduzir, literalmente, todos os aspetos da sua vida no mundo virtual. Aquando do anúncio da mudança do Facebook para Meta, Mark Zuckerberg afirmou que “seremos capazes de fazer quase tudo o que possamos imaginar, reunir-se com amigos e família, trabalhar, aprender, brincar, fazer compras, criar, bem como vivenciar experiências completamente novas que não se encaixam na forma como pensamos sobre os computadores ou telefones hoje”. Assim, neste espaço infinito e digital, podemos(remos) comprar desde terrenos até obras de arte, trabalhar a participar em concertos virtuais e, sobretudo, interagir com outros avatares.
Todavia, todos estes avanços e possibilidades colocam algumas questões éticas e de proteção de dados, que devem ser regulamentados. Veja-se, por exemplo, o dating hologram (namoro por halograma) que pode potenciar uma perda ainda maior nas interações físicas e emocionais entre humanos, ou o legacy chatbot, criado para dar “vida” a uma pessoa que já faleceu.
Como vimos NFT é um token utilizado para demonstrar a propriedade de “artigos” digitais, que está alicerçado em blockchain e certifica a exclusividade e a unicidade dos objetos virtuais.
Ainda que nos tempos atuais os NFTs sejam mais conhecidos pelo seu uso na compra de arte virtual, eles poderão ser empregues para permitir aos utilizadores o acesso a diversas plataformas, incluindo ao metaverso, funcionando, nesse caso, como uma chave de ingresso e circulação no mesmo. Em suma, será muito provavelmente a forma prioritária de compra e venda no metaverso, sendo que neste momento estão a revelar-se uma porta de entrada para muitas marcas experimentarem partes do metaverso como, por exemplo, o funcionamento da propriedade digital, os impactos da migração de parte da economia para o mesmo, o comportamento dos utilizadores, entre outros.
Em primeiro, a realidade virtual é uma experiência imersiva e diz respeito à utilização de um sistema computacional que transporta o utilizador para um ambiente simulado, capaz de enganar os sentidos humanos, e completamente diferente do que o rodeia.
Em segundo lugar, a realidade aumentada mantém o foco no mundo real, mas através da tecnologia expande o local físico, acrescentando informação digital, como objetos virtuais com os quais podemos interagir, modelos 3D, animações, hologramas, entre outros. Neste caso, não se pretende proporcionar uma experiência imersiva, mas melhorar ou acrescentar interação com o mundo que nos rodeia.
Já o metaverso é tudo isto, mas numa realidade virtual totalmente integrada e mesmo paralela à vida real. Também aqui a tecnologia é parte central, pois só assim seremos transportados para essa realidade, mas dependerá de muitos outras tecnologias e fatores, como criptomoedas e NFTs.
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