Mesa Redonda – Cidades em Movimento: Epicentros de Dinamismo

No cenário atual das cidades, em constante transformação, um novo conceito de centros empresariais está a emergir: Centros Empresariais 2.0. Estes espaços, mais do que simples polos de trabalho, têm se mostrado como verdadeiros motores de renovação urbana, desempenhando um papel crucial na criação de comunidades vibrantes, integradas e sustentáveis.

 

No debate “Cidades em Movimento: Epicentros de Dinamismo”, que decorreu no âmbito da Apresentação Pública do Spark, em Matosinhos, especialistas do setor público e privado discutiram como é que esses centros podem se afirmar como polos regeneradores de cidades e contribuir para experiências urbanas mais ricas e diversificadas. A conversa, teve quatro eixos fundamentais: regeneração urbana, mobilidade, diálogo transparente entre os setores público e privado e sustentabilidade.

 

A conversa contou com a moderação do jornalista Abel Coentrão, e teve a participação de:

  • Carlos Mouta, da Câmara Municipal de Matosinhos.
  • Ricardo Guimarães, da Confidencial Imobiliário.
  • Sandra Melo, do CeiiA.
  • Tiago Carvalho Araújo, da Work in | De House.

 

Poderá ver o debate na íntegra, no vídeo abaixo.

 


Centros Empresariais 2.0: O Papel na Transformação das Cidades

 

Os Centros Empresariais 2.0 transcendem a função tradicional de ser apenas locais de trabalho. Eles representam uma visão inovadora que une:

  • Sustentabilidade: projetos arquitetónicos que respeitam o meio ambiente, incentivando a implementação de práticas  verdes.
  • Comunidade: espaços projetados para promover conexões humanas, sejam elas entre trabalhadores, residentes ou visitantes.
  • Economia Local: promovem o comércio, serviços e oportunidades de emprego, dinamizando a economia urbana.

 

Esses centros têm o potencial de revitalizar áreas subutilizadas ou degradadas, transformando-as em polos pulsantes de vida urbana. Isso, no entanto, requer uma abordagem coordenada entre o setor público e privado.

“Nós, enquanto autarquia, ficamos muitas vezes entre a espada e a parede, tentando conciliar as expectativas do promotor privado com as exigências do quadro legislativo e as necessidades do interesse público. O desafio é não estragar aquilo que nos foi dado, como o clima e a qualidade de vida, enquanto garantimos um desenvolvimento sustentável.” – Carlos Mouta – Câmara Municipal de Matosinhos

 

O Papel da Colaboração entre Setor Público e Privado

 

Um ponto central do debate foi o reconhecimento de que a regeneração urbana bem-sucedida exige um diálogo transparente entre os setores público e privado. Quando ambos os lados trabalham em parceria, é possível:

  • Planear estrategicamente: identificar áreas com maior potencial para desenvolvimento e regeneração.
  • Garantir acesso inclusivo: criar políticas que assegurem que os benefícios dessas transformações alcancem todas as camadas da população.
  • Inovar na infraestrutura: implementar soluções modernas que atendam às necessiades das cidades contemporâneas.

Essa colaboração é particularmente importante em temas como mobilidade urbana, infraestruturas e regulamentação, áreas em que o setor público oferece suporte fundamental para que o setor privado atue com impacto.

 

“Espaços como este (Spark) têm o potencial de redesenhar a mobilidade urbana, integrando soluções de transporte coletivo, tecnologias sustentáveis e uma abordagem mais racional ao uso do automóvel. Este é o momento de criar cidades onde a mobilidade contribua para a qualidade de vida e não para o aumento da poluição e do trânsito.” – Sandra Melo – CEiiA

 

Mobilidade: Conectando Pessoas e Economias

 

A mobilidade urbana também foi amplamente debatida como um fator chave na dinamização económica e na criação de comunidades conectadas. Em cidades dinâmicas, a mobilidade vai além de facilitar a deslocação: ela molda experiências urbanas e influencia diretamente o crescimento.

Foram destacados pontos como:

  • Integração multimodal: a criação de redes de transporte conectadas, que priorizem pedestres, ciclistas e transportes públicos.
  • Infraestrutura verde: soluções que integrem, verdeiramente, mobilidade e sustentabilidade.
  • Acessibilidade: garantir que a mobilidade seja inclusiva e acessível para todas as pessoas.

 

“Cidades e edifícios são organismos vivos pelas pessoas que os habitam. Atrair talentos e desenvolver comunidades vibrantes é essencial para criar centros que não sejam apenas locais de trabalho, mas também epicentros de inovação e colaboração. É assim que criamos um capital humano forte, que é o maior ativo de qualquer território.” – Tiago Carvalho Araújo – Work in | De House

 

Uma Nova Experiência Urbana

 

Ao posicionar os Centros Empresariais 2.0 como catalisadores de transformação, o debate destacou o impacto positivo que a regeneração urbana pode ter na vida das pessoas. Mais do que espaços funcionais, esses centros criam novas experiências urbanas ao unir:

  • Trabalho, lazer e cultura num único ambiente.
  • Sustentabilidade e tecnologia para melhorar a qualidade de vida.
  • Conexões humanas e comunitárias que fortalecem o senso de pertença.

 

Regeneração urbana

 

“A promoção imobiliária é transformadora. Este tipo de empreendimento não só atrai empresas de alto valor agregado, como também contribui para mudar a economia e criar um compromisso com o território. O setor imobiliário, quando bem direcionado, pode ser um motor de desenvolvimento, alavancando regiões e respondendo às necessidades da sociedade.” – Ricardo Guimarães – Confidencial Imobiliário

 

 

Os Centros Empresariais 2.0 estão na vanguarda da regeneração urbana, oferecendo soluções integradas para os desafios das cidades modernas. A sua capacidade de impulsionar a mobilidade, revitalizar comunidades e promover parcerias estratégicas coloca-os no centro da transformação das cidades. Porém, para que seu impacto seja maximizado, é essencial que iniciativas públicas e privadas continuem a trabalhar em sintonia, construindo juntos uma visão de cidades mais inclusivas, dinâmicas e sustentáveis. Este é o futuro das cidades em movimento: não apenas locais para se viver e trabalhar, mas verdadeiros epicentros de dinamismo.
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