Premiada internacionalmente, a arquitetura contemporânea portuguesa é uma marca importante de Portugal no mundo. Vários projetos de referência mundial passam pelas mãos de arquitetos portugueses e exemplos de mestria, não faltam. Hoje indicamos os quatro que mais atenção nos despertam.
Os registos das primeiras obras de arquitetura contemporânea portuguesa, apontam para uma época anterior a 1950. No entanto, é sempre referenciado o 25 de Abril de 1974 como a data de início a partir da qual foi impulsionada a corrente.
Desde meados do século XX, até aos dias de hoje, várias gerações em simultâneo marcaram e continuam a marcar e a subdividir a corrente atual da arquitetura contemporânea portuguesa. Manuel Taínha e Fernando Távora, Vitor Figueiredo e Álvaro de Siza, passando ainda por Gonçalo Byrne e, claro, Eduardo Souto Moura e Carrilho da Graça, são os principais nomes que fazem de Portugal um destino de eleição no que toca a este estilo.
Inicialmente, a arquitetura contemporânea portuguesa caracterizava-se por um recurso frequente a um passado mítico a diluir-se devido à crescente procura por um bom ordenamento do território. Com a evolução da arte, o passado acabou por deixar para trás os mestres e evoluir no que toca a uma nova geração de arquitetos.
via CM-Braga[/caption]
A casa dos “guerreiros do Minho”, do Sporting Clube de Braga foi inicialmente um estádio de futebol projetado para o Euro 2004 pelo arquiteto Eduardo Souto Moura e pelo engenheiro Rui Furtado. Vencedor do Prémio Pritzker 2011, o estádio está implementado na encosta do Monte Castro, na periferia da área urbana de Braga e virado para o vale do Rio Cávado e é um dos mais expoentes exemplos de arquitetura contemporânea portuguesa.
A cobertura do estádio é uma referência estilística às pontes construídas pela civilização Inca, no Peru, de forma a iluminar a relva com luz natural, preservando a qualidade natural do relvado.
Em 2004, esta obra recebeu o Prémio Secil na Categoria de Arquitetura e em 2005 na Categoria de Engenharia Civil. Este estádio foi referenciado pelo Financial Times como um dos quatro exemplos de “beautiful grounds”.
via Archdaily[/caption]
Filipe Saraiva desenhou a sua própria casa – para si e para a sua família – e esta decisão valeu-lhe a distinção de International Architecture Awards em 2018. A Casa de Ourém é uma obra prima da arquitetura contemporânea portuguesa, desenvolvida a partir do mais elementar desenho feito por uma criança: 5 linhas (um triângulo e um retângulo) transferido para a escala real.
Em Ourém, centro de Portugal, a casa não deixa ninguém indiferente. De paredes pretas e madeira, é uma casa que revela contemporaneidade, inovação e tradição. A geometria da habitação prende o olhar e fixa-nos a alma, logo que percebemos que surge de uma ideia carinhosa sobre o conceito de casa e tudo o que ela significa.
via Pinterest[/caption]
Concebido pelo arquiteto madeirense Paulo David, o Mudas. Museu de Arte Contemporânea trata-se de um edifício moderno e premiado pela sua arquitetura e perfeita integração com a paisagem.
Pensado para potenciar a visibilidade do espólio de arte contemporânea na Região Autónoma da Madeira, desde a década de 1960, até a atualidade, este núcleo é composto por obras da autoria de vários artistas plásticos nacionais de renome. Ao longo dos seus anos de vida aqui se realizaram já também numerosos projetos expositivos temporários, acompanhados por uma programação variada no seu auditório.
O edifício é fantástico, pontua a paisagem colocando-se na linha de frente de um monte que acaba abruptamente sobre o mar. Fazendo uso da topografia em socalcos, do basalto vulcânico que a ilha fornece e da maravilhosa vista sobre o Atlântico, a Casa das Mudas revela-se nos seus múltiplos espaços organizados em comunhão com a natureza, incluindo uma biblioteca e um restaurante, além dos já referidos espaços de exposição e auditório.
A nossa viagem pela arquitetura contemporânea portuguesa termina no Terminal de Cruzeiros de Leixões. Muito mais do que um local de trabalho, esta é uma obra reconhecida internacionalmente,da autoria de Luís Pedro Silva, vencedora na categoria de arquitetura pública nos prémios da publicação americana ArchDaily em 2016 e nos prémios AZ da revista Azure, no mesmo ano.
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